Resenha do Livro Crer ou não Crer

Grupo 6 - Filosofia

José Júnior

Crer ou não crer - Leandro Karnal e Pe. Fábio de Melo

     O livro é uma conversa entre o Pe. Fábio de Melo e Leandro Karnal. Ambos se utilizam de seus conhecimentos históricos e acadêmicos. A discussão gira em torno da fé ou da falta dela e como isso tem impacto na vida cotidiana. Algumas partes são bem engraçadas, outras polêmicas, o livro transcorre de forma pacífica mesmo entre as divergências entre os dois.

     O Pe. Fábio de Melo fala sobre como não acha certo, em uma oração, quando estamos diante de Deus, pedir algo como achasse que Deus não sabe do que necessitamos, como se estivesse dando uma ordem a Deus para que Ele atenda nosso pedido. É como ser deus de Deus.

     Leandro Karnal explica quando se tornou ateu e por quê. E lembrei do dia que comecei a me perguntar, na adolescência, pra que servia a religião na minha vida. Pensei, como coloca no livro, sobre a incoerência de muito saber (sobre a igreja) e pouco viver (dos ensinamentos de Cristo). A dificuldade que temos em nos definirmos religiosamente. "Quantas vezes já não disseram: sou católico, mas não praticante" (!!!). O Pe. Fábio de Melo coloca: "Participa-se daquele momento, entusiasma-se, mas não há uma curiosidade que leve a abrir livros, pesquisar, fazer um recuo histórico, que proporcione saber onde tudo começou". 

     Karnal fala sobre a adaptação de Deus que fazemos durante a passagem dos tempos. "Hoje Deus é ecológico, Ele está na proteção do panda, do coala e, para alguns, é vegetariano".

O padre lembra que "é na percepção das escolhas que fazemos diariamente que nos identificamos se estamos construindo o céu ou o inferno", é na rotina do nosso dia que nos identificamos como uma pessoa boa ou não, nas pequenas coisas.

     Ele ainda coloca sua visão de que o independente de religião, Crentes e ateus precisam viver os mesmos desafios. Cada um procura a forma que melhor lhe responder. O fato é que todo mundo tem necessidade de soprar espírito no corpo". A forma com que cada um se anima pode ser diferente, pode ser pela religião, mas também pode ser pela arte, pelos estudos, etc. Alguns encontram isso pela religião, outros não. E tá tudo bem assim.

     É um livro que nos faz refletir sobre nossa própria espiritualidade e o respeito ao próximo.