Resenhas do Grupo 6 - Filosofia/ Sociologia


Livro – Cândido – Voltaire
Guilherme Soares



Cândido ou o Otimismo, do filósofo francês Voltaire, conta a história do protagonista, cujo nome dá título a obra, que cresceu em um castelo. Na criação, recebeu ensinamentos sobre como deveria encarar a vida: com vistas a enxergar, de modo positivo e otimista, todas as situações. Todavia, após ser expulso de casa pelo simples fato de gostar da filha do barão, proprietário do lugar, desencadeia-se uma série de eventos desastrosos que o testam na capacidade de ver o lado bom de todas as coisas.

Eu estava em busca de uma leitura filosófica que fugisse do padrão teórico que envolve o gênero, algo diferente do comum, e me deparei com algo um pouco inesperado: um livro, escrito por um filósofo, que aborda um tema do cotidiano (o estilo de vida, a maneira com a qual você encara os problemas) de forma cômica e ironizada. Embora seja pequeno e curto, tive desafios para lê-lo por causa da linguagem empregada que utiliza muitos termos rebuscados e requerem uma leitura mais atenta e vagarosa. As expectativas que criei em torno do gênero e do tema foram todas superadas a cada novo capítulo, a cada nova situação e mediante as diversas maneiras que o protagonista encontra pra justificar o fato da ação ter acontecido e que não poderia ser diferente, pois ele está no melhor dos mundos possíveis.

Análogo ao que acontece na realidade, a narrativa mostra que, embora você deva enxergar os aspectos positivos das situações, você não deve se apegar a isso, uma vez que haverão momentos na vida em que não será possível negligenciar um problema. Também, percebe-se que essa visão positivista faz o personagem crer que as coisas acontecem porque tem que acontecer, mas ao final ele conclui que as ações dele interferem no destino:

"Tudo isso está muito bem dito - respondeu Cândido, - mas devemos cultivar nosso jardim."



GRUPO 6 FILOSOFIA/SOCIOLOGIA

“Uma tentativa de medir a felicidade”
Rodrigo Dos Santos Neri Da Silva
FELICIDADE - Bent Greve


Escolhi este livro por ele tratar de um assunto que me chama muito atenção, felicidade. No início pensei que o livro iria seguir um viés filosófico. Apontado caminhos que pudessem conduzir para uma vida mais feliz; no entanto Greve no decorrer do livro não trata somente da felicidade individual; mas sim da felicidade coletiva (ênfase sociológica) e durante o livro questiona diversos indicadores de felicidade. O autor também defende que na sociedade do Bem-Estar Social as políticas públicas devem ser voltadas para que a população tenha um alto grau de felicidade.
Bent Greve defende que índices criados para medir a felicidade não são em sua totalidade perfeitos; por exemplo o Pib nem sempre é o melhor indicador de felicidade de um pais, pois outros fatores devem ser levados em conta como: confiança da população no governo, uma maior sensação de segurança, bem–estar emocional dentre outros fatores. Bent deixa bem claro que politicas publicas devem ser voltadas para o Bem-Estar da população e utiliza o termo Bem-Estar como equivalente a satisfação com a vida e felicidade.
Algumas das frases que mais me marcaram durante a leitura foram: “É difícil medir a felicidade por que um dia chuvoso ou ensolarado pode mudar a percepção do entrevistado” isso nos faz ver o quão volátil é a felicidade. O livro também defende que “o objetivo de governar em tempos de paz ou guerra não é a glória do governante ou de raças, mas a felicidade dos homens comuns”. Num tratamento mais subjetivo da felicidade Bent Greve diz o seguinte “Às vezes ganhar na loteria não é melhor que não ganhar, isto por que o sonho é melhor do que o próprio prêmio”.  Na página 141 encontramos a síndrome do Lobo Mal, o qual nunca devora os porquinhos por que sabe que quando o fizer, sua vida não terá mais sentindo.
Dessa forma, o livro nos mostra que itens como: capital social, atingir objetivos de vida, e obter recursos sociais, dentre outros, devem ser incluídos quando o objetivo for a medição do nível de felicidade de uma certa população. Na pagina 141 F. Kennedy diz o seguinte sobre o Pib: “Em suma ele mede tudo, com exceção daquilo que faz a vida valer a pena”.



Grupo 6 – Filosofia/Sociologia
Iago Silva
O dilema do porco espinho: Como encarar a solidão – Leandro Karnal



            A propaganda desse livro foi tão bem-feita pelo professor José Júnior nos encontros passados do clube do livro que eu tive de dar uma averiguada no que O dilema do porco espinho tinha a oferecer. Então, uma coisa é certa, conversar baboseiras com os outros é uma das formas mais simples e eficaz de remediar o sofrimento, elemento inerente à vida humana. E à medida que nos engajamos em nossas relações sociais percebemos que existem divergências de atitudes e opiniões entre os membros do grupo. A questão é como lidar com essas divergências? O melhor seria se afastar ou bater de frente com os atritos? Bem, de qualquer forma, uma verdade irrefutável é que, em algum momento de nossa existência iremos nos deparar com a solidão. E quando esse momento chegar, como encará-lo?
            Esse livro traz uma série de exemplos que comprovam como o ser humano, em sua grande maioria, possui uma certa aversão por ficar só. Ou porque as relações sociais são uma forma de remediar nossa inquietação mental ou porque a própria sociedade prega que ficar só é sinônimo de tristeza. O que não deixa de ser verdade quando somos forçados a ficar sozinhos. Agora quando optamos por ficar só como forma de praticar a introspecção, a expansão de consciência, através de livros, músicas, obras de artes – combustíveis para a construção de pensamentos e ideias – surge uma calmaria em nosso peito que nos ajudará a lidar o dia a dia.
            O dilema do porco espinho é uma leitura excelente que fala sobre maturidade e equilíbrio. Discorre sobre como viver requer pausas. Como o isolamento é necessário para pensar. Como para ser feliz com quem você ama é, acima de tudo, ter a experiência de solidão antes e durante o amor. Como precisamos um dos outros. Como viver é amar outros seres. Só que você também precisa de você e como mergulhar em si é indispensável.



“Uma excelente escolha de livro para introduzir alguém no mundo da filosofia”
Rafael Mesquita Leal

O mundo de Sofia - Jostein Gaarder


O livro foi escolhido ao ouvir sobre seu enredo quando o clube do livro (foi um “interesse a primeira indicação”). A leitura é muito agradável e de fácil compreensão, diferente de muitos textos sobre filosofia aqui o autor se preocupou em tornar a linguagem mais simples e direta o que evita o “susto” (considerando que o tema geralmente tende a afastar as pessoas por demandar tanto do vocabulário quanto da parte reflexiva, aqui não temos essa dificuldade de leitura). Nada é jogado com pressa e
isso também ajuda a leitura a ser mais progressiva (te prende a atenção sem pesar de
certa forma).
O enredo do livro conta a história de uma adolescente comum de 14 anos (prestes a fazer 15 anos) que em um dado dia começa a receber cartas anônimas com texto filosóficos que instiga ela a refletir mais sobre a sí mesmo e o mundo a sua volta, em princípio apenas questionamentos, com o avançar da história as cartas passa a vir com apostilas de filosofia que ajudam tanto a menina quanto o leitor a entender mais do universo da reflexão. Em um dado momento da história descobrimos, junto com Sofia, de quem são as cartas e começamos a nos encontrar e debater com sobre o conteúdos das cartas. Sem grandes spoiler o livro te induz a questionar se você está de fato fazendo coisas que quer fazer, se de fato o acaso existe, e se você possui plena convicção de sua consciência como alguém portador do livre arbítrio.
O sentimento que o livro transmite é de que finalmente alguém fez algo para “democratizar a filosofia” pois até então não se tinhas obras com intuito de fazer jovens se interessarem pela filosofia, na verdade qualquer pessoa em praticamente qualquer idade e grau de capacidade reflexiva pode se dar bem com a leitura (isso pois a leitura te introduz no pensamento reflexivo, e você vai aprendendo aos poucos como questionar).
Não se trata de um livro didático, mas certamente é uma excelente alternativa. Posso concluir que o livro está sim entre meus favoritos, a linguagem é clara e simplificada, a quantidade e complexidade dos conteúdos passados por ele estão dosadas na medida certa, e também entretém com uma pitada bem sutil de suspense (não no sentido de dar medo, mas no sentido de gerar expectativa), o autor soube bem como equilibrar tudo e você consegue se colocar no lugar da protagonista da história.
Recomendo muito mesmo a leitura principalmente para quem sempre sentiu uma falha
no ensino de filosofia na escola ou tiver vontade de adentrar no mundo da reflexão.
  

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