Resenhas do Grupo 4 - Nacionais/ Regionais
Grupo 4 – Nacional/Regional
O homem e a violência contra seu
semelhante
Nicole Cristina Leal Silva
Os que bebem como os cães – Assis Brasil
Nascido
no dia 18 de fevereiro de 1932, no município de Parnaíba. O renomado escritor
piauiense e atual ocupante da cadeira nº 36 da Academia Piauiense de Letras, Francisco de Assis
Almeida Brasil, mudou-se com sua família em 1943 para o estado do Ceará, onde
concluiu seus estudos e passou a contribuir para a imprensa local como
escritor.
Em 1965 veio sua
consagração definitiva como escritor ao ganhar o I Prêmio Nacional Walmap, com
a obra Beira Rio Beira Vida. A partir daí, Assis dedicou-se totalmente a
literatura, publicando ensaios, ficção e crítica literária. E em 1975
conquistou novamente o Walmap com uma de suas obras mais conhecidas, o livro Os
que bebem como os cães.
Estando disposta a
conhecer a literatura nacional, contudo, querendo fugir dos “clássicos do
ensino médio”. Encontrei nesta obra, Os que bebem como cães do autor Assis
Brasil, o que precisava para sair da minha zona de conforto e ser apresentada
ao melhor da literatura piauiense. A versão aqui utilizada, foi a 3ª edição
desta obra, publicada dentro da Coleção Prestígio, lançada pela editora Ediouro
no ano de 2005, contendo 143 páginas.
O livro é ambientado no
período da ditadura militar e narra a estória de um homem que acorda em uma
cela escura e silenciosa, não possuindo nenhuma memória de quem ele é e porque
está preso. E que estando algemado, com as mãos para trás, comendo como um
verdadeiro cão e fazendo suas necessidades fisiológicas na própria roupa, procura
adaptar-se a rotina dos que vivem em cárcere, sob condições sub-humanas.
A obra é uma ficção
dramática, narrada em 3ª pessoa, com capítulos divididos em três momentos, A
Cela, O Pátio e O Grito, que estão interligados e constantemente se repetem.
Porém, em nenhum momento a leitura se torna repetitiva ou acaba regredindo,
pois, a cada vez que se inicia um novo capítulo, o personagem nos apresenta uma
nova percepção, uma nova descoberta e uma nova experiência. Como por exemplo,
em um certo momento O Grito, que no início não tinha nenhum significado para o
personagem, passa a ser um momento de esperança para o mesmo.
No decorrer da leitura,
o leitor é engolido pelo clima tenso e cruel, em que o personagem se encontra.
Sentindo tristeza ou alegria, o desespero de não poder calcular o tempo, sem
saber se é manhã ou noite, se já se passaram um dia ou uma semana. Sendo
massacrado pela solidão ou pelo nojo e indignação pelo como modo o personagem é
tratado.
A leitura caminha em um
ritmo lento, porém, possui uma linguagem simples, com palavras de fácil
compreensão. Todavia, não é uma leitura fácil, que exige do leitor a coragem
para encorar de perto a cruel e massacrante violência que o homem pratica
contra seu próprio semelhante.
Em vista disso, indico
tal obra para aqueles que além de desejarem conhecer o melhor da literatura
brasileira, também estejam dispostos a experimentar o sabor amargo de uma
leitura realista e sombria. Uma vez que tal leitura trouxe a reflexão sobre
liberdade e opressão, trazendo-me um novo olhar sobre como o ser humano pode
ser cruel e desumano com o próprio ser humano.
Referências
BRASIL, Assis. Os que
bebem como os cães. 3. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
Livro: Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática - Thalita Rebouças
Hellen Rodrigues
Thalita
Rebouças é uma autora brasileira conhecida, também, por ser jornalista. Seus
livros mais conhecidos são voltados ao público juvenil e mesmo tendo passado
dessa fase há alguns anos resolvi encarar a história.
O
livro conta sobre Tetê, uma adolescente de 15 anos que após o pai perder o
emprego, tem que passar a morar com os avós, e a mudar de escola.
Vítima
de bullying na antiga escola, onde era conhecida por nada mais nada menos que
Tetê Cecê, Teanira tem medo de todas essas mudanças.
Tetê
é uma garota, tímida, que usa óculos, aparelho, é gordinha e evita ao máximo
chamar a atenção devido aos traumas do passado, mas tudo muda quando na nova
escola logo no primeiro dia ela faz dois amigos: Davi e Zeca. E no primeiro dia
também se apaixona pelo menino mais lindo da sala Erick que namora a menina
mais bonita e popular Valentina. A história conta a visão de Tetê sobre a nova
escola, novos amigos, paixões, desilusões e outros temas adolescentes.
A
narrativa é leve e aborda temas importantes, como bullying e amizade. Com a
ajuda de seus amigos Tetê descobre que é bem mais especial do que ela imaginava
e que aparências não são tão importantes quanto ela achava ser.
A
diagramação do livro é bonita, a capa colorida e criativa, e ainda somos
agraciados com várias receitas durante a história, já que Tetê adora cozinhar.
Thalita Rebouças prova porque é reconhecida internacionalmente. O livro tem uma
história divertida com uma mensagem bonita, me fazendo, durante a leitura,
quase uma adolescente novamente.
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