Resenha do Livro 21 lições para o século 21
Grupo 1 – Não-Ficção
/ Históricos / Bibliografias
“Um livro
extremamente atual, tão atual que chega a parecer uma escrita em tempo real”
Rafael Mesquita
Leal
21 Lições para
Século XXI - Yuval Noah Harari
O
livro foi escolhido por ser parte de uma sequência literária de meu gosto
pessoal, a linguagem de Yuval Harari em muito me agrada: é clara, de fácil
leitura e ao mesmo tempo que detalhada, segue uma linha de desenvolvimento
excelente, sempre se embasa em fatos do cotidiano e da história para aumentar
sua credibilidade. Alinhado com o tema do Grupo 04 o livro se encaixa como não-ficção/documental
sendo, em alguns momentos, de cunho bibliográfico (já alguns poucos trechos
mostram as experiências e opiniões do próprio autor com o assunto em foco no
capítulo).
O
enredo do livro segue uma sequência de capítulos que expõe e debate temas tanto
atuais quanto polêmicos em nossa sociedade com o avanço científico: a
globalização, o terrorismo e um final reflexivo sobre o ceticismo. O cenário é
o nosso mundo no século XXI, o personagem ora é o próprio autor, ora a própria
situação debatida (como a globalização) torna-se foco como um “personagem”
intangível, porém evidente no enredo.
Tanto personagens como enredo são encaixáveis no cotidiano, principalmente na medida em que a
leitura avança e você se sente mais imerso pelas situações apresentadas.
O
livro transmite um sentimento de
identidade para com as histórias, como se quase tudo o que eu li estivesse ligado
a fatos do meu cotidiano, transcrevendo a realidade do mundo em que vivemos
hoje (e de fato está). Dentre os capítulos com os quais eu mais me identifiquei
está o capítulo 4 intitulado “Os donos dos dados são os donos do futuro”: Ele
aborda o quanto as grandes empresas de dados da atualidade sabem sobre quem
você é, o que quer e quando e como quer através dos dados pessoais que você
fornece de forma voluntária e
despretensiosa a empresas que “guardam” os bancos de dados em troca de
visualizações em “histórias”. Essas ações em redes sociais se tornaram tão banais
que você chega a esquecer o quanto você expõe sua vida ao mundo. Empresas que
dominam essa informação farão uso delas para tentarem vender o máximo que
puderem. A rede também pode por consequência moldar e controlar nosso futuro,
já que também moldam nossos gostos à medida que sou aceito ou rejeitado pelo
público virtual, bem como me fecha a um ciclo social virtual onde somente
aquilo que eu gosto vai aparecer, as famosas “bolhas”.
No
geral o livro é de certa forma denso em suas colocações pois o autor não faz
muitos rodeios e com isso você recebe cada capítulo como um “soco de realidade”
e isso te prende na leitura na expectativa de ver até onde sua vivência de
mundo cruza com a realidade demonstrada pelo autor. Eu indicaria o livro para
pessoas que buscam uma leitura atual e realista com o cotidiano de nosso mundo globalizado,
mas de preferência que tenha lido os outros dois livros que o antecedem (Homo
Sapiens e Homo Deus) para que o leitor tenha uma experiência mais completa.
Vale sim muito a pena não só ler como reler e debater sobre o livro.
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